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PT culpa emendas parlamentares por “fracasso” nas eleições

Com 248 prefeituras, partido ocupa a nona posição na lista de siglas que comandam as cidades do país

Nesta terça-feira (8), a Comissão Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) se manifestou sobre o resultado das eleições municipais deste ano e culpou as “emendas parlamentares bilionárias” pela maior eleição de candidatos das legendas da centro-direita e direita dominantes no  Congresso Nacional. De acordo com portal Uol, partido projetava conseguir entre 400 e 500 prefeituras, alcançou 248.

O número, no entanto, representa um aumento em relação ao número de prefeitos eleitos em 2020, quando o PT teve o comando de apenas 183 cidades do país. Em nota, o partido falou sobre os resultados.

– Mesmo enfrentando tamanho desequilíbrio, o PT passou de 183 para 248 prefeitos e prefeitas, e vai disputar o segundo turno em 13 cidades, sendo 4 capitais: Fortaleza, Porto Alegre, Cuiabá e Natal – disse a sigla.

O partido falou sobre o trabalho da militância pelos resultados.

– Os resultados eleitorais deste primeiro turno correspondem ao compromisso e à luta de nossa militância, candidatos, candidatas e dirigentes de todos os níveis. Correspondem também aos acertos e eventuais equívocos na implementação da tática eleitoral, que devemos avaliar em conjunto para fortalecer o partido, nosso campo político mais amplo e nosso projeto de país – ressaltou.

 

O PT ainda afirmou que o objetivo do partido no segundo turno é eleger Guilherme Boulos em São Paulo.

– Nossa principal tarefa, neste segundo turno, é fortalecer as campanhas nas 13 cidades em que estamos disputando, e lutar com todas as forças pela vitória de Boulos e Marta, unindo o campo popular e democrático contra a extrema direita na maior cidade do país – afirmou o partido.

Leia a íntegra da nota do PT:

NOTA DA COMISSÃO EXECUTIVA NACIONAL DO PT SOBRE AS ELEIÇÕES MUNICIPAIS

O resultado do primeiro turno de 2024 aponta o início da recuperação eleitoral do PT nos municípios, num cenário que mais uma vez favoreceu a eleição ou reeleição de candidatos das legendas da centro-direita e direita dominantes no Congresso Nacional, com acesso a emendas parlamentares bilionárias e no comando das máquinas públicas municipais. O alto índice de reeleições, que beira os 80% nas cidades que mais receberam emendas parlamentares, confirma essa distorção no sistema político.

Mesmo enfrentando tamanho desequilíbrio, o PT passou de 183 para 248 prefeitos e prefeitas, e vai disputar o segundo turno em 13 cidades, sendo 4 capitais: Fortaleza, Porto Alegre, Cuiabá e Natal. A soma de votos em candidatos candidatas do PT passou de 6,9 milhões para 8,8 milhões no país, mesmo não tendo lançado nomes este ano em São Paulo, Rio, Recife e Salvador. Passamos de 2.668 vereadores e vereadoras para 3.118, em chapas compartilhadas com PV e PCdoB na Federação Brasil da Esperança. Nossa votação para as câmaras municipais subiu de 5,7 milhões para 7,3 milhões.

Dentre as quatro maiores prefeituras governadas pelo PT, reelegemos as companheiras Marília Campos, em Contagem, e Margarida Salomão, em Juiz de Fora, fizemos a sucessão em Maricá (com Quaquá) e elegemos Darlene prefeita de Rio Grande (RS). Fomos para o segundo turno em Mauá e Diadema, com os companheiros Marcelo Oliveira e José de Filippi. Nos municípios entre 100 mil e 200 mil eleitores, passamos de 2 para 5 prefeitos eleitos. Nas cidades entre 20 mil e 100 mil, passamos de 27 para 56, além de aumentar de 146 para 188 as vitórias em cidades com até 20 mil eleitores.

Cumprindo a tática eleitoral de fortalecer o campo democrático no embate permanente contra a extrema direita, elegemos 222 vices do PT em chapas encabeçadas por candidatos de 14 outros partidos. Integramos as coligações amplamente vitoriosas em duas capitais estratégicas: Recife, em aliança com João Campos do PSB, e no Rio, com Eduardo Paes do PSD, impondo à extrema direita sua mais contundente derrota eleitoral, no berço político de Jair Bolsonaro. E vamos disputar o segundo turno em São Paulo, com Guilherme Boulos, do PSOL, e a companheira Marta Suplicy.

Os resultados eleitorais deste primeiro turno correspondem ao compromisso e à luta de nossa militância, candidatos, candidatas e dirigentes de todos os níveis. Correspondem também aos acertos e eventuais equívocos na implementação da tática eleitoral, que devemos avaliar em conjunto para fortalecer o partido, nosso campo político mais amplo e nosso projeto de país.

Esta avaliação tem de levar em conta que voltamos ao governo, com o presidente Lula liderando uma frente política democrática numa conjuntura extremamente desafiadora, após quase uma década de cerco e perseguição contra nosso partido e nosso maior líder. O período histórico inaugurado com a farsa da Lava Jato e o golpe contra a presidenta Dilma abriu as portas para a extrema direita aliada ao neoliberalismo mais selvagem, que seguem ameaçando o país e o sistema democrático.

Nossa principal tarefa, neste segundo turno, é fortalecer as campanhas nas 13 cidades em que estamos disputando, e lutar com todas as forças pela vitória de Boulos e Marta, unindo o campo popular e democrático contra a extrema direita na maior cidade do país.

Com o mesmo empenho, vamos nos engajar nas campanhas de candidatos de outros partidos nas cidades onde haverá segundo turno contra candidatos da extrema direita, sem vacilações. O PT sempre teve lado, o lado do Brasil e do povo, e nunca se omitiu na defesa da democracia.

Brasília, 8 de outubro de 2024

Comissão Executiva Nacional do PT

 Créditos (Imagem de capa): Foto: Ichiro Guerra/PT

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