Neste domingo, PF prende suspeitos de mandar matar Marielle Franco
Operação mirou Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ), Domingos, irmão dele e conselheiro do Tribunal de Contas do estado, e ex-chefe da Polícia Civil, acusado de obstruir investigação
A Polícia Federal (PF) prendeu, na manhã deste domingo (24), suspeitos de mandar matar a vereadora Marielle Franco (PSOL). A operação Murder Inc. resultou nas prisões do deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ), de Domingos Brazão, irmão dele e conselheiro do Tribunal de Contas do estado, e Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do RJ. O delegado é acusado de obstruir a investigação.
Anderson Gomes, motorista da vereadora, também foi assassinado no crime, cometido em 14 de março de 2018. Em nota, a PF classificou os alvos como “autores intelectuais dos crimes”.
A força-tarefa de hoje ainda cumpriu 12 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no Rio de Janeiro. A investigação também apura crimes de organização criminosa e obstrução de Justiça.
A operação contou com participação da Procuradoria-Geral da República (PGR), da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), ligada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, da Secretaria de Estado de Polícia Civil do RJ e do Ministério Público do estado (MPRJ).
Prisões ocorrem após delação e caso chegar ao STF
O caso Marielle e Anderson ganhou novos desdobramentos nos últimos dez dias, desde que os assassinatos completaram seis anos.
A investigação chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) após ser identificado o suposto envolvimento de uma pessoa com foro privilegiado. O ministro Alexandre de Moraes foi sorteado relator do caso.
Na semana passada, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, anunciou que o caso seria concluído “em breve”. Também informou que a delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa, um dos executores do crime e assassino confesso de Marielle e Anderson, foi homologada pelo STF.
Lessa deu nomes dos supostos mandantes e detalhou as motivações do crime. Na última terça (19), reportagem do jornalista Guilherme Amado, do Metrópoles, apontou que Lessa citou, na delação, o deputado Chiquinho Brazão como mandante da morte da vereadora.
Em nota, ele negou, dizendo que tinha “convívio amistoso e cordial” com Marielle.