Com juros da dívida, rombo fiscal se aproxima de R$ 1 trilhão
Déficit atingindo R$ 991,9 bilhões em 12 meses até janeiro
O setor público consolidado apresentou um resultado nominal deficitário – que incorpora o pagamento de juros da dívida – de R$ 991,9 bilhões no período acumulado de 12 meses até janeiro. O déficit nas contas está se aproximando dos níveis recordes, observados de outubro de 2020 a fevereiro de 2021, durante a pandemia de covid-19.
A marca de R$ 1 trilhão de déficit foi ultrapassada em quatro ocasiões históricas: outubro de 2020, dezembro de 2020, janeiro de 2021 e fevereiro de 2021. O maior déficit registrado foi de R$ 1,016 trilhão, em janeiro de 2021. Durante esse período, as entidades federativas aumentaram seus gastos para minimizar os efeitos adversos da crise de saúde na população brasileira.
O Banco Central (BC) forneceu os dados referentes ao setor público consolidado, que inclui União, Estados, municípios e estatais. Veja o documento completo (PDF – 355 kB). Em janeiro de 2023, o déficit nominal acumulado de 12 meses chegou a R$ 497,8 bilhões, um aumento de R$ 494,1 bilhões em relação ao ano anterior.
O período viu um aumento nos gastos com os juros da dívida pública. O setor público consolidado acumulou despesas de R$ 745,9 bilhões até janeiro, num período de 12 meses. Esse número representa o maior valor da série histórica, que teve início em 2002.
Ao examinar a evolução das contas públicas, desconsiderando os gastos com o pagamento de juros, percebe-se que o deficit primário alcançou R$ 246 bilhões em 12 meses, até janeiro.
Em março de 2023, Fernando Haddad, ministro da Fazenda, afirmou que um aumento na taxa Selic resulta em um maior deficit fiscal.
As informações do Banco Central indicam que o custo para financiar a dívida brasileira está aumentando. Em outubro de 2020, o deficit nominal ultrapassou a marca de R$ 1 trilhão pela primeira vez, com a taxa básica de juros sendo de 2% ao ano. Atualmente, a taxa está em 11,25%. Uma porção significativa da dívida está vinculada à Selic e, assim, quanto mais altos os juros, maior será a necessidade do setor público para financiar o passivo.
A Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) representou 75% do Produto Interno Bruto (PIB). Em um ano, houve um aumento de 3,7 pontos percentuais. Em janeiro, alcançou o patamar mais alto desde julho de 2022, equivalendo a R$ 8,2 trilhões em termos monetários.
As informações são do Poder360.