Representante do povo indígena expõe problemas no Hospital Regional de Extrema e cobra soluções ao secretário saúde de Rondônia; “Estamos sendo tratados com descaso” — CONFIRA
Jornalismo Omadeira
Na última sexta-feira (30), a Vice-presidente da Organização do Povo Caxarari , Francisca Souza Caxarari, que representante o povo indígena da ponta do Abună entregou, em mãos, documento intitulado ‘Mobilização Popular em prol a Saúde da Ponta do Abunã’ ao Secretário de saúde e seu adjunto, Jefferson Rocha e Max Wendell, respectivamente.
No documento, os problemas enfrentados pela população e todos os profissionais que atuam no Hospital Regional de Extrema (HRE) foram expostos aos secretários de saúde. “O senhor é sabedor da grande importância que essa unidade de saúde tem para toda a região pois é o único hospital que tem a capacidade de atender pacientes de baixa e média complexidade e urgência e emergência nesses muitos quilômetros que separam as capitais de Porto Velho a Rio Branco no Acre”, diz.
E continua: “Estamos sendo tratados com descaso pelo atual governo. Médicos com mais de 12 anos de trabalho nessa unidade, que ajudaram a salvar tantas vidas. Hoje não faz mais parte do quadro hospitalar da região da ponta do Abună. É lamentável o que estamos vivenciando, esses descasos com população dos Distritos da nossa região, que procuram os atendimentos em saúde nessa referida unidade hospitalar”.
Em entrevista ao jornal OMADEIRA, um profissional do HRE e morador de Extrema relata que desde janeiro deste ano o hospital enfrenta uma problematica. Profissionais exauridos buscando outras alternativas devido a falta de gestão. Perdemos os melhores profissionais e estamos vivendo um caos , tem dias, que a unidade fica sem médico clínico-geral para atender a população”.
Na oportunidade, Francisca Caxarari também entregou um abaixo assinado da população, pois boa parte dela está descontente com os serviços oferecidos à comunidade. “Precisamos de mudanças e esse foi o último apelo ao governo de Rondônia”, finalizou morador.
CONFIRA NA ÍNTEGRA O QUE DIZ O DOCUMENTO:
MOBILIZAÇÃO POPULAR EM PROL A SAÚDE DA PONTA DO ABUNÃ
Senhor secretario,
Venho por meio deste respeitosamente, em nome da população da Ponta do Abună e adjacências, cobrar da vossa senhoria soluções imediatas para os problemas enfrentados pelos pacientes e por todos os profissionais de saúde que trabalham no hospital regional de Extrema.
O senhor é sabedor da grande importância que essa unidade de saúde tem para toda a região pois é o único hospital que tem a capacidade de atender pacientes de baixa e média complexidade e urgência e emergência nesses muitos quilômetros que separam as capitais de Porto Velho a Rio Branco no Acre.
Estamos sendo tratados com descaso pelo atual governo. Médicos com mais de 12 anos de trabalho nessa unidade, que ajudaram a salvar tantas vidas. Hoje não faz mais parte do quadro hospitalar da região da ponta do Abună.
Nosso hospital sempre foi um desafogo para as unidades de Porto Velho, pois através de seus especialistas com grande experiência foram sempre muito resolutivos em casos de cirurgias de emergência e eletivas. Recebendo em nossa unidade vários mutirões de pacientes oriundos da capital e de outras cidades de Rondônia onde a fila de espera é quilométrica. Atendendo também pacientes oriundos de outros estados como Mato Grosso, Acre, bolivianos e todo o povo indígena da Região.
É lamentável o que estamos vivenciando, esses descasos com população dos Distritos da nossa região, que procuram os atendimentos em saúde nessa referida unidade hospitalar.
Depois de vivencias, presenciar, ouvir as lamentações de mães e pais de famílias da nossa localidade de extrema, inclusive com ampla divulgação, por meio de comunicações como, jornais impressos, facebook, Grupo de WhatsApp, por falta atendimentos e assistência em saúde, às vezes, até por negligência por partes de alguns profissionais e da direção da referida unidade.
Não deixaremos que o nosso hospital feche as portar ou se torne apenas um postinho de saúde. Por falta de profissionais e por irresponsabilidade e falta de compromisso com a população por parte do estado.