Utilidade Pública

MÁSCARAS NÃO IMPEDEM CONTÁGIO DA COVID-19, DIZ REINO UNIDO

Relatório da Agência de Segurança da Saúde analisou equipamentos de alta qualidade e concluiu que nenhuma peça é comprovadamente eficaz

Não há evidências suficientes para sugerir que as máscaras de proteção respiratória impeçam o contágio da covid-19, segundo relatório da Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido (UKHSA). O órgão vinculado ao governo britânico analisou equipamentos de alta qualidade — como as máscaras KN95 e FFP2 — e concluiu que nenhuma peça comprovou sua eficácia.

Os pesquisadores revisaram mais de 4,3 mil estudos sobre a covid. Eles analisaram grupos de risco que incluíam pessoas com Síndrome de Down, pacientes com câncer e indivíduos com distúrbios no sistema imunológico.

Segundo Carl Heneghan, professor de medicina com base em evidências na Universidade Oxford, é “uma falha significativa” não ter havido testes sobre a eficácia das máscaras. “Não entendo por que falta vontade de fazer testes de alta qualidade nessa área”, observou o docente, em entrevista ao jornal The Telegraph. “Falhamos completamente em abordar esse problema.”

O professor britânico argumenta que, para as pessoas com baixo risco de contágio, esse assunto tem menos importância. No entanto, ressalva o docente, aquelas com comorbidades têm interesse em compreender se as máscaras são eficazes. “Eles querem saber as respostas”, salientou. Heneghan acrescenta que a incapacidade dos cientistas de realizar bons ensaios clínicos deixa os próprios estudiosos expostos. “Corremos o risco de cometer os mesmos erros na próxima pandemia”, alertou.

Um relatório anterior da UKHSA havia mostrado que as máscaras eram eficazes na redução da transmissão da covid. Na mais recente revisão, entretanto, a agência não encontrou evidências suficientes sobre sua eficácia.

 

O professor Paul Hunter, da Escola de Medicina de Norwich, conduziu um estudo sobre a eficácia das máscaras no fim de 2020. “Esses equipamentos reduziram o risco de transmissão em cerca de 20%”, ressaltou o docente, em entrevista ao The Telegraph. “Nos primeiros dias da pandemia, isso foi muito importante. Mas as máscaras nunca foram a garantia de ferro fundido que algumas pessoas parecem ter dito.”

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