Utilidade Pública

O HC da USP tem fila de crianças e adolescentes aguardando transição de gênero; desse total, 100 são crianças de 4 a 12 anos de idade

Crianças e adolescentes ‘trans’ podem passar por intervenções médicas como bloqueio da puberdade, hormonização e cirurgia de redesignação s3xu@l.

O Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (HC/USP) informa que existem 380 pessoas identificadas como trans para fazerem a transição de gênero com atendimento gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Desse total, 100 são crianças de 4 a 12 anos de idade, 180 são adolescentes de 13 a 17 anos e 100 são adultos a partir dos 18 anos

A procura pelo atendimento na rede pública de saúde é tão grande que o Ambulatório Transdisciplinar de Identidade de Gênero e Orientação S3xu@l do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (AMTIGOS-IPq-HCFM/USP), se viu obrigado a suspender as triagens desde novembro de 2022, por não conseguir atender a demanda.

Devido a paralização necessária, 160 famílias que tem crianças e/ou adolescentes auto identificados como transgêneros continuam à espera da triagem por equipe multidisciplinar que inclui atenção familiar, psicológica e psiquiátrica, médica integral incluindo acompanhamento clínico e terapia hormonal, além orientação e realização da trans3xualiz@ção e a atenção ao longo período de espera da cirurgia.

Desde 2015 o Amtigos deixou de atender adultos por notar uma busca maior dos responsáveis por crianças e adolescentes trans pelo serviço em São Paulo. Os maiores de idade ainda atendidos são remanescentes das primeiras turmas ou eram menores quando entraram no programa da transição. De acordo com a legislação brasileira, a operação para adequação s3xu@l só pode ser realizada em adultos acima dos 18 anos. Esta é a última etapa do processo de transição ou acompanhamento.

Em homens trans, além da retirada dos seios e útero, a genitáli@ feminina pode ser modificada para se aproximar de um órgão masculino. Nas mulheres trans, existe a possibilidade da retirada do p3nis. Porém, antes de qualquer cirurgia, se faz necessário um processo de hormonização, que consiste na utilização de hormônio do s3x0 oposto no paciente (estrogênio ou testosterona).

 

As crianças e os adolescentes atendidos na USP podem receber um bloqueador hormonal para não entrarem na puberdade e desenvolverem características físicas com as quais não se identificam. Nos garotos trans, o bloqueio impedirá a menstruação e o crescimento das mamas. Nas meninas trans, os pelos do rosto deixarão de crescer, e a voz não engrossará.

A aplicação do bloqueio varia entre cada paciente, mas pode acontecer entre 9 a 13 anos em crianças com características biológicas femininas e de 10 a 14 anos naquelas que têm o fenótipo masculino.

A nomenclatura “transgênero’ é um termo guarda-chuva e se refere a qualquer variedade de gênero, sejam transexuais, travestis, gênero não binário, agênero, gênero fluído, etc.  Em 2018, a Organização Mundial de Saúde (OMS) retirou a trans3xualid@de da lista de transtornos mentais da Classificação Internacional de Doenças (CID) e passou a ser considerada uma “condição”. Apesar disso ela continua no CID, mas numa categoria chamada de “saúde s2xu@l”.

Oficialmente, a trans3xu@lidade é citada com o termo “incongruência de gênero” na CID-11, e descrita como “uma incongruência marcada e persistente entre o gênero que um indivíduo experimenta e o s3x0 ao qual ele foi designado”.

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Com informações de hora Brasília

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