Fundada pelo investidor brasileiro Luis Claudio Garcia de Souza, a startup de biotecnologia Virtech desenvolveu sangue artificial — confira
Solução é testada para dar maior sobrevida a órgão doado para transplante e para socorrer acidentados
Souza. O investidor passou a estudar o tema e fez doações à University of Pittsburgh, referência em transplantes no mundo. Lá, conheceu o médico brasileiro Paulo Fontes, que pesquisava uma solução carregada de oxigênio que se assemelha ao sangue. Assim, surgiu a Virtech, com sede em Boston.
Depois, Souza investiu em outros projetos de biotecnologia e criou uma holding, a Securitas, que hoje tem sete “healthtechs”, sendo três com sede nos EUA e quatro na Argentina. “Apesar da crise, a Argentina é um centro de excelência médica. De lá saíram, três Prêmios Nobel. É também uma forma de incentivar a pesquisa na América Latina”, disse Souza, que prefere ser identificado como um “company builders” (construtor de empresas), e não investidor, porque começa seus negócios do zero. Na área financeira, ele participou da criação de diversas instituições como Pactual, Rio Bravo, RB Capital, Capitalys e Credihome.
Nesses primeiros dez anos, o investimento na startup veio de recursos próprios de Souza. No total, a holding Securitas já recebeu US$ 21 milhões, sendo US$ 13 milhões do Pentágono para a Virtech. Na área de biociência é comum investidores individuais colocarem dinheiro por longos períodos em projetos de determinados cientistas, como ocorreu com o brasileiro Paulo Fontes. Quando a pesquisa entra em fase de testes clínicos é que os fundos fazem seus aportes. Uma das “ventures builders” mais conhecidas é a Flagship Pioneering, que há muitos anos investiu no desenvolvimento do RNA mensageiro da farmacêutica Moderna, molécula hoje usada na vacina contra a covid-19.
A expectativa é que a solução usada para transplantes esteja no mercado entre 2023 e 2024, segundo Matias Vidal, presidente da Securitas. Já a aplicação nos casos de choque hemorrágico requer mais alguns anos de pesquisa clínica em humanos. Esse trabalho deve ser realizado na Argentina, em hospitais pré-credenciados pelo Food and Drugs Administration (FDA).
Fonte: Novo Normal