Em mais uma parceria de sucesso; Samu e Noa resgatam bebê indígena no interior do Amazonas — confira em vídeo a ação humanitária
Por jornalismo Omadeira
Porto Velho — Na manhã desse sábado (6), equipes do Samu-192 e NOA- Núcleo de Operações Aéreas da Secretaria de Segurança de Rondônia – SESDEC – realizaram resgate de uma criança indígena, recém nascida, no interior do Amazonas, em uma Aldeia chamada de Suruwaha, cerca de 400 km da capital de Rondônia. O bebê indígena apresentava um quadro de pneumonia grave, sem oxigênio, porque havia acabado, e a família não tinha condições de se deslocar por barco até a cidade mais próxima, Lábrea AM, pois seria uma viagem demorada, cerca de cinco dias navegando pelo Rio.
Segundo informações do médico emergencista do Samu, Beloti, que acompanhou o paciente, o bebê não tinha condições clínica de fazer uma viagem nessa distância pois “ele precisava de oxigênio e na aldeia havia acabado, por isso fizemos o atendimento aéreo devido a gravidade da criança, caso não chegássemos a tempo poderia acontecer o pior“, esclareceu.
Em entrevista ao portal de notícias Omadeira, Beloti revelou a dinâmica do resgate e a satisfação em poder contribuir com nosso estado vizinho. “Hoje foi mais um dia daqueles especiais, a missão surgiu de forma inesperada e se mostrou muito complexa, pois tínhamos que socorrer esse recém nascido na aldeia Suruwaha que fica aproximadamente 400 km de Porto Velho. Por sermos a única esperança de salvar a vida do bebê, precisávamos não só chegar em tempo hábil, mas também com suporte adequado para sobrevida daquele paciente com o aparato necessário, pois a informação que havia chegado era de insuficiência respiratória, então ele precisava com urgência de atendimento”, relatou.
A aldeia Suruwaha é isolada na floresta amazônica com pouco contato com a civilização, somente Funai. Um dos aspectos mais incisivos da sociedade Suruwaha é a regularidade da morte voluntária (suicídio) por meio da ingestão de konaha (timbó, variedade de planta largamente usada para envenenamento de peixes). De acordo com informações quando um casal de indígena Suruwaha perde o filho recém nascido, eles cometem suicídio, portanto, esse belíssimo trabalho do Noa em parceria com o Samu de de Porto Velho, salvou não somente a criança, mas possivelmente os pais também.
Ao chegar na região isolada, os profissionais tiveram toda cautela nos primeiros contatos e também no atendimento do paciente, ao mesmo tempo sensibilidade para não ferir a cultura local. Pois os Suruwaha é uma tribo praticamente isolada e, nesse caso, todo cuidado se fez necessário.
“Desta forma, em meio a floresta amazônica, conseguimos estabilizar o bebê e embarca-lo, juntamente com sua mãe para o translado aeromédico. Durante o voo todo suporte foi realizado com presteza para que tanto o paciente, quanto sua mãe estivessem o mais confortável possível, finalizou Beloti.
O local escolhido para o pouso foi a cidade de Lábrea que já estava com todo suporte adequado para receber a criança. Havia uma ambulância em prontidão para realizar a remoção terrestre até o hospital. Um fato importante é que, caso não Lábrea não tivesse suporte para atender o paciente as equipes já haviam traçado um plano de voo até Porto Velho para o atendimento necessário.
Apesar da complexidade e distância, tudo ocorreu conforme o planejado pelos profissionais do Samu e NOA. Parabéns a todos os envolvidos!
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