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Mãe e seis filhos morrem após deslizamento de terra em Paraty

Família de Lucimar, que criava as crianças sozinha, morreu soterrada por deslizamento na praia de Ponta Negra

Vítimas das chuvas que atingem o estado do Rio desde quinta-feira, Lucimar de Jesus Campos e seus filhos formavam uma família tradicional caiçara conhecida na praia de Ponta Negra, em Paraty, na Costa Verde fluminense. Nascidos e crescidos no ponto turístico, cujo acesso só é possível por barco ou por uma trilha, os sete morreram na manhã deste sábado num deslizamento durante forte chuva.

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A família vivia numa casa de pau a pique e a comunidade estava se mobilizando para que Lucimar e os filhos tivessem uma moradia melhor. Presidente da associação de moradores de Ponta Negra, Cauê Villela conta que a mulher era “extremamente trabalhadora”.

— Moravam a vida toda (em Ponta Negra). A mãe trabalhava fazendo serviços gerais, era mãe solteira, a casa precária. Eu havia acabado de fechar com a promoção social para a construção da casa deles, pois onde viviam era de pau a pique – relatou Cauê, que completou dizendo que ela trabalhava para cuidar dos filhos sozinha.

Na última terça-feira, Lucimar participou de um mutirão realizado pela associação de moradores para limpar o bambuzal em volta da escola para fazer uma área para as crianças do local.

 

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— Fizemos um mutirão e ela participou ativamente ao nosso lado – conta Cauê, que lamenta as mortes e se diz amigo da família.

Um primo de Lucimar que também mora desde que nasceu em Pota Negra, Edimar Souza, contou ao GLOBO que ela trabalhava bastante na roça, cultivando aipim para fazer farinha. Ela também pescava, eventualmente. Ele disse que nunca viu uma chuva tão intensa:

— Nunca na minha vida eu imaginava que a gente ia passar por isso. Aconteceu já tromba d’água, de a cocheira encher, mas nunca isso. E a casa da Lucimar não estava tão encostada no morro. Foi tudo mundo forte — contou Edimar, que vive da pesca e do turismo, trabalhando como barqueiro, condutor e guia ambiental da reserva da Joatinga.

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Pelas redes sociais, Edimar publicou desabafos lamentando as perdas:

— Meu coração não aguenta mais com tanta desgraça. O que está acontecendo com minha comunidade, senhor? – disse numa das postagens.

Dois dos membros da família soterrada ainda não foram encontrados, Yasmin de 8 e Jasmin de dez anos. Os outros corpos já foram removidos, segundo a associação de moradores – que acompanha de perto o trabalho dos bombeiros. Foram encontrados mortos: Lucimara de Jesus Campos, 17 anos; Luciano de Jesus Campos, de 15 anos; Estevão, cinco anos e João, de dois. O corpo da mãe, Lucimar, foi resgatado pelos moradores. Apenas um dos filhos foi resgatado com vida. O menino de nove anos está no hospital de Praia Brava.

Crédito: mais Goiás

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