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Profissionais de saúde-RO relatam abandono por parte do governo e problemas de saúde após atuarem na linha de frente — “um dia éramos anjos e no outro fomos dispensados sem nenhum respeito”

Por Jornalismo — Omadeira

Rondônia — Em setembro o governo do estado de Rondônia dispensou mais de 500 profissionais de enfermagem alegando diminuição nos atendimentos de pacientes com a covid-19. Porém, os trabalhadores da saúde que atuam na linha de frente afirmam que o efetivo não dá conta de prestar um atendimento digno por falta de enfermeiros, técnicos em enfermagem ou radiologia e fisioterapeutas.

Em denúncia ao jornal Omadeira, os profissionais dispensados afirmam que não receberam os valores da rescisão e, inclusive, horas extras que ficou do último mês trabalhado. ” Não recebemos nada, nenhum centavo até hoje do governo, já está indo para o terceiro mês e não temos nem previsão de quando iremos receber. Complicado demais, em um dia éramos anjos e no outro fomos dispensados sem aviso prévio e sem nenhum respeito”, esclarece.

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Em entrevista a nossa redação, a denunciate que prefere não se identificar, por medo de represálias, relata que foram afetados psicologicamente devido “as coisas de nós passamos, ouvimos e vimos dentro dos hospitais que não foram coisas fáceis, muitas coisas que passamos devido a pandemia. Pensávamos que era uma coisa e foi uma realidade totalmente diferente. Passávamos dias e dias e víamos família inteira morrendo, isso realmente afetou diretamente nossas vidas”. Segundo a Profissional, após a pandemia está fazendo tratamento de estresse pós traumático e faz uso de medicamentos para tentar superar o trauma vivido. “Isso tudo há um custo que não estamos conseguindo arcar por falta de apoio”.

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Os profissionais de radiologia, contam que além dos problemas psicológicos, tem também o problema de saúde física. “Nós da radiologia não tínhamos uma local adequado para fazer os exames radiológicos nos pacientes. Não tínhamos um sala baritada ( blindagem da sala de Raio X) para evitar o contato com a radiação. A máquina de Raio X era portátil, até porque o paciente de covid não tem condições de se movimentar, então íamos até os leitos para realizar o trabalho. Com isso, ficávamos expostos e radiação ficava retida nos quartos, teve momento que fazíamos em média 80 exames diário. Precisamos fazer exames específicos, fazer acompanhamento médico para saber os danos a curto e longo prazo. estou com muita queda de cabelo, esquecimento e outros problemas que não tínhamos anteriormente, devido a essa exposição sem proteção à radiação”.

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Em outro trecho da entrevista, a profissional denuncia que nunca recebeu os 40% de insalubridade e os dois salários mínimos que a lei estabelece. “O mais absurdo de tudo isso, é que na minha carteira de trabalho não fomos registrados como técnicos de radiologia, mas em outra função. Eu por exemplo estou registrada como programador de internet. Acredito que foi feito dessa forma para justamente não pagar os 40% de insalubridade que temos direito”. O contrato da servidora ainda continua em aberto.

 

Segundo informações, a presidente do CRTR-18 (Conselho que rege a categoria em Rondônia e Acre) chegou a trabalhar no hospital de campanha e por questionar a falta de proteção, o não pagamento dos 40% e outras irregularidades foi relocada para outro hospital. “O governo brincou com a nossa cara esse tempo todo, colocar todos os profissionais expostos à radiação sem proteção, sem pagar insalubridade, então tudo isso é muito grave. Esse registro na carteira como programador de internet foi uma sacanagem enorme para driblar a lei. O que queremos é o que temos direito e pedimos ajuda das autoridades competentes e toda população em geral”, finaliza a profissional.

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