Vice-presidente, Geraldo Alckmin, não se vacinou contra Covid

Médico anestesista, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, está com a caderneta de vacinação incompleta, porque não se vacinou contra a Covid em 2024 – contrariando orientação do Ministério da Saúde. A pasta recomenda uma dose a cada 6 meses para pessoas a partir de 60 anos.
Veja o cartão de vacina de Alckmin:

Procurado pelo metrópoles, o ministério de Alckmin não respondeu por que o cartão de vacinação dele está incompleto.
“O vice-presidente e ministro, Geraldo Alckmin, tomou cinco doses da vacina contra a Covid-19, sendo que a última dose foi a bivalente da Pfizer”, limitou-se a informar o MDIC
Como a coluna revelou, 12 ministros de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a partir de 60 anos, além da recém-demitida Nísia Trindade (Ministério da Saúde), ignoraram recomendação do próprio governo e não tomaram ou não completaram o reforço da vacinação contra a Covid em 2024, incluindo Alckmin.
Na lista, figura a então ministra da Saúde, Nísia Trindade, que só recebeu uma dose no ano passado. A ex-presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) confirmou a informação à reportagem.
Veja o restante da lista:
- José Múcio (Defesa), 76: não tomou as doses de reforço contra a Covid de 2023 e de 2024;
- Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública), 76: não tomou um dos dois reforços a que deveria ter recebido em 2024;
- General Amaro (Gabinete de Segurança Institucional), 67: não tomou doses de reforço em 2022 e em 2024;
- Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima), 66: tomou nenhum dos dois reforços a que teria direito em 2024;
- Luiz Marinho (Trabalho e Emprego), 65: recebeu nenhum dos dois reforços que deveria ter tomado em 2024;
- Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar), 63: tomou nenhum dos dois reforços em 2024;
- André de Paula (Pesca e Aquicultura), 63: nenhum reforço em 2024;
- Margareth Menezes (Cultura), 62: não se vacinou em 2023 e em 2024;
- Cida Gonçalves (Mulheres), 62: não tomou reforços em 2024;
- Márcio França (Empreendedorismo, Microempresa e Empresa de Pequeno Porte), 61: nenhum reforço em 2024;
- Fernando Haddad (Fazenda), 61: não se vacinou em 2023 e em 2024.
Rui Costa (Casa Civil), 61, não liberou o cartão, mas informou ter recebido uma dose contra febre amarela e quatro contra a Covid. Por isso, é possível que a caderneta de vacinação dele esteja incompleta.
Só três dos 19 ministros a partir de 60 anos completaram as doses de reforço contra a Covid no ano passado. São eles: Carlos Lupi (Previdência Social), Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Sidônio Palmeira (Secretaria de Comunicação).
A coluna pediu os cartões de vacina dos titulares da Esplanada por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI).

Como revelou a coluna, Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública) repetiu o ex-presidente Jair Bolsonaro e impôs 100 anos de sigilo à caderneta de vacinação dele. Após a publicação da reportagem, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) recuou e liberou o próprio documento à coluna de Igor Gadelha, no Metrópoles.
Já Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional) não respondeu, enquanto Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome) enviou o pedido à Saúde, que o negou em segunda instância. A coluna fez um novo pedido ao MDS e aguarda resposta.
Idosos são considerados mais vulneráveis à Covid, devido à imunossenescência. Trata-se do processo de envelhecimento do sistema imunológico, que leva a uma menor resposta a infecções. Por isso, devem receber uma dose extra anualmente.
Tanto idosos quanto gestantes entraram para o Calendário Nacional de Vacinação em relação à Covid em dezembro passado. Assim, a imunização contra a doença passou a ser de rotina para os dois grupos.
*Metrópoles imagem: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil