CONFÚCIO, O QUE PARECE ETERNO NA POLÍTICA DE RONDÔNIA, DIZ QUE FARIA TUDO DE NOVO PARA CRIAR AS ÁREAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL
Por Sérgio Pires — Opinião de Primeira
Nem um passo atrás. Numa longa entrevista concedida a Everton Leoni, no programa SIC News (SICTV/Record, de segunda a sexta, 20 horas), com algumas perguntas que deixariam um político inexperiente numa saia justa, o senador e ex-governador Confúcio Moura não só deixou clara sua posição à esquerda, firme aliado do governo Lula, como ainda reafirmou que tomaria novamente todas as decisões que tomou quando governou o Estado.
Inclui-se aí, com maior destaque, as tomadas em relação às questões ambientais. Ele defendeu que a criação de onze áreas de proteção (elas foram criadas no último dia no ano, quando a Assembleia Legislativa não podia mais mudar nada!) foram necessárias e importantes para a preservação da nossa floresta. Neste particular, Confúcio lembrou que as áreas eram “pequenas pontas de outras já existentes”, mas, claro, não se aprofundou no assunto, para falar, por exemplo, naquelas em que havia comunidades formadas e produzindo, algumas há décadas.
Também foi clara sua fala em relação ao governador Marcos Rocha, contra quem mostrou irritação, embora diga que o assunto está no passado. Não foi claro quando questionado se será ou não candidato à reeleição ao Senado ou ao Governo, em 2026. Esperto, experiente, com uma longa vida pública, Confúcio Moura preferiu ficar em cima do muro, nestas questões, dizendo que é muito cedo para tratar do assunto.
Mas, na prática, suas ações confrontam essa indecisão. Principal nome do MDB no Estado, consolidado agora com sua ligação muito próxima a Lula (o líder do governo no Senado, Randolfe Rodrigues, disse que Confúcio é o senador que Lula mais admira) o rondoniense já conseguiu mais de 1 bilhão de reais em emendas para atender seu Estado.
Confúcio Moura, aliás, é quem está alinhavando os acordos para as eleições municipais, incluindo-se aí, lógico, a cereja do bolo: a Prefeitura de Porto Velho. Tem conversado muito dentro do partido, mas também fora dele. Tem se aproximado do PT local, porque Fátima Cleide se torna um nome cada vez mais forte para concorrer agora em outubro, mas também conversa com outra importante liderança na Capital, o professor e advogado Vinicius Miguel, do PSB.
Hoje, para as disputas nas principais cidades do Estado, é Confúcio Moura quem tem carta branca do MDB para conversar, acertar nomes e rumos. Está muito poderoso, ao menos da porta para fora do Estado. O problema dele, agora, é convencer o eleitorado conservador de Rondônia que quem está certo é ele e não quem o contesta. É missão difícil? Claro que é. Mas não para Confúcio Moura e as décadas de jogo de cintura que aprendeu na política. E que ninguém se surpreenda se, lá em meados de 2026, ele esteja ministro do atual governo e decida concorrer mais uma vez ao Governo. Confúcio parece eterno, na política de Rondônia!