Rondônia volta ao cenário nacional após filha de Beira-Mar receber ‘Prêmio Responsabilidade Social’ — ENTENDA
A Câmara Municipal de Duque de Caxias entregou à vereadora Fernanda Costa, filha do traficante Fernandinho Beira-Mar, o troféu e diploma ‘Responsabilidade Social 2023’. A entrega das honrarias ocorre em meio a uma batalha judicial que mira a parlamentar.
Fernanda Costa, de 34 anos, enfrenta acusações após ser condenada pelo Tribunal Regional Federal de Rondônia, em abril deste ano. A sentença refere-se à sua suposta participação na transmissão de mensagens do pai, atualmente detido, à facção criminosa Comando Vermelho. O processo permanece sob análise judicial, impulsionado por recursos apresentados pela defesa da vereadora.
O troféu, concedido em reconhecimento à ‘Responsabilidade Social 2023’, conta com os logotipos do governo estadual fluminense, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e da Secretaria de Cultura e Turismo de Duque de Caxias. A Associação Grupo para Todos, defensora da diversidade sexual, foi a responsável pela entrega da honraria.
A condenação não se limita à vereadora Fernanda Costa. Em abril deste ano, Fernandinho Beira-Mar e cinco de seus filhos, incluindo a parlamentar, foram considerados culpados por organização criminosa, como revelado nas investigações da Operação Epístolas, de 2017, pelo Tribunal Regional Federal de Rondônia.
As investigações policiais expuseram como o traficante, mesmo atrás das grades, continuava a administrar seus negócios no tráfico de drogas, valendo-se de correspondências enviadas ao Comando Vermelho. De acordo com os agentes, a participação dos filhos, incluindo Fernanda, durante visitas ao presídio, traz à tona as complexidades da gestão criminal mesmo sob custódia.
A vereadora, formada como cirurgiã dentista, utiliza o título de ‘doutora’ em suas redes sociais. Após receber a honraria, ela compartilhou uma foto em seu Instagram em homenagem ao Dia dos Vereadores, acompanhada pela música ‘Foi a mão de Deus’.
Os advogados de Fernanda Costa recorreram em segunda instância, buscando reverter a condenação. Caso a sentença seja mantida, a vereadora enfrentará pena de 4 a 10 meses em regime semiaberto, além da perda do mandato na Câmara de Duque de Caxias e cassação dos direitos políticos por oito anos.