Cristiane Lopes cobra do Governo Federal medidas para conter a crise no preço do gado de corte
A deputada federal sugeriu ao MAPA o aumento das carências dos empréstimos de Crédito Rural e PRONAF e a renegociação de dívidas dos pequenos produtores rurais
A deputada federal Cristiane Lopes encaminhou ao Poder Executivo, uma indicação sugerindo ao Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), a publicação de uma normativa que possa permitir que os pequenos produtores rurais de Rondônia e demais estados brasileiros, possam renegociar suas dívidas adquiridas por intermédio de financiamentos de Crédito Rural e do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), para custeio e investimentos.
A ampliação dos prazos dos financiamentos para socorrer o pequeno produtor rural é muito importante para Rondônia e para o Brasil, “tenho recebido inúmeros pedidos do setor, como é o caso do Ofício nº23/2023, de 24 de maio de 2023, do Vice Presidente da Câmara Municipal de Chupinguaia/RO, vereador Idenei Dummer Beyer, informando que a queda brusca dos preços na venda do boi gordo, tem deixado os pequenos produtores inadimplentes com suas prestações, uma vez que os gastos, com a aquisição dos bezerros, recria e engorda, incluindo a ração, o sal mineral, medicamentos, aluguel das pastagens e os juros de 6% ao ano do empréstimo, se revela maior do que o valor recebido na ocasião da venda para o abate”, comentou.
Com a queda nos preços da arroba do boi gordo os produtores rurais estão tendo prejuízos de aproximadamente 25% na venda de cada animal, sem contar a mão-de-obra que é do próprio produtor que não cobre os custos de engorda e, além disso, eles não estão conseguindo honrar seus compromissos com os bancos a respeito dos empréstimos conseguidos via Crédito Rural ou PRONAF.
A deputada, para explicar melhor a medida, exemplificou, um produtor fez um empréstimo de custeio do Pronaf, em setembro/22, para adquirir e engordar 23 bezerros, no valor de 74 milhões de reais, com previsão de venda do boi gordo a 300 reais a arroba. Ocorre que no mês de junho/23 o valor da arroba do boi pronto para o abate caiu para aproximadamente 200 reais, ou seja, a previsão na ocasião do empréstimo era de um custo final de R$5.5 mil para cada boi gordo e de venda de R$6,3 mil.
Os frigoríficos estão jogando os preços muito baratos na hora de comprar o gado do produtor rural e esse preço não se reflete no supermercado para o consumidor final, pois o preço da carne não abaixou. Como o preço da arroba caiu para aproximadamente 200 reais, um boi gordo de 21 arrobas está valendo neste mês de junho/23 aproximadamente 4,2 mil reais no estado de Rondônia, ou seja, um prejuízo de 1,3 mil em cada boi, sem contar os gastos com mão-de-obra que é do próprio produtor.
O Governo Federal precisa urgentemente socorrer os produtores rurais com medidas de estancamento da crise, quer seja baixando as alíquotas dos insumos ou outras medidas que venham a equilibrar os gastos de aquisição dos bezerros de engorda com a venda do boi gordo.
“Minha sugestão ao governo é estender os financiamentos de custeio e investimentos, em mais um ano de carência e mais um ano no vencimento final do contrato, ou seja, os contratos cujas carências vencem em 2023, passem para 2024, e os contratos que vencem em 2026 passem a vencer em 2027, e assim sucessivamente com todos os demais contratos que se encontram em vigor”, concluiu a deputada.
Assessoria