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PF aponta que governador do Acre seria principal beneficiário de esquema de corrupção

A investigação da Polícia Federal, que desencadeou a Operação Ptolomeu em dezembro de 2021, mostra que o governador do Acre, Gladson Cameli, seria o principal beneficiário de um suposto esquema de corrupção no alto escalão do governo do Estado.

A PF lista episódios de superfaturamento, propina, empresas fantasmas e movimentações bancárias com altos valores.

Em inquérito detalhado obtido pelo site g1, a PF aponta que o esquema era dividido em núcleos compostos pelo próprio governador Gladson Cameli (PP), a primeira-dama do Estado, Ana Paula Cameli, servidores públicos que ocupavam cargos de confiança no governo e empreiteiras da família Cameli, que atuam no Acre e também em Manaus.

Também é possível ver que Rudilei de Souza, mais conhecido como Rudilei Estrela, que tem relações próximas com Gladson, seria o grande articulador das movimentações suspeitas.

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O inquérito foi aberto pela PF em julho do ano passado baseado em outras operações da polícia, que, segundo o relatório, mostravam a ligação do governador em algumas movimentações.

O Relatório de Inteligência Financeira (RIF) teria apontado, a princípio, 35 comunicações de operações financeiras suspeitas e, destas, 20 possuíam Gladson Cameli como titular ou envolvido.

 

 

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Entre essas movimentações estão a compra de cinco carros de luxo, entre eles uma BMW X4; três lotes em um condomínio fechado e considerado de luxo em Rio Branco e também uma tentativa de comprar um apartamento no valor de mais de R$ 5 milhões. De acordo com as investigações, foram esses principais movimentos financeiros informados pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que chamaram a atenção da polícia.

“Em breve resumo do atual estágio investigativo, o governador do Estado do Acre é apontado pela Polícia Federal como suposto integrante de organização criminosa atuante nas esferas da saúde e obras públicas, em sistemática de recebimento de vantagens indevidas para o direcionamento de certames públicos, formalização de contratos superfaturados e atesto fictício de recebimento de mercadorias e serviços”.

Em nota assinada pela defesa do governador do estado do AC, os advogados Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso dizem que o processo é desconexo, reúne diversas informações que não se fundamentam.

“De um lado, tentam, em vão, criar um vínculo espúrio entre o governador e contratações lícitas realizadas pelo Estado. De outro lado, esmeram-se em levantar suspeitas sobre as finanças do governador. Apenas suspeitas são lançadas, nenhuma imputação de crime é realizada. São apenas ilações desconexas que, com o devido respeito, não poderiam justificar à realização de medidas invasivas como a busca e apreensão e o bloqueio de bens”, destacam ainda.

Somadas, as transações listadas alcançam o montante de mais de R$ 828 milhões datadas entre 2 de maio de 2015 e 30 de abril de 2020. Outro fato pontuado pela PF são os valores depositados na conta da primeira-dama do estado, Ana Paula Correia da Silva Cameli.

“Consideramos a movimentação acima da capacidade financeira presumida da cliente, bem como, aparentemente, sem relação com a atividade declarada, inexiste indicação de parte da origem dos recursos, realização de depósitos em espécie e realização de operações que, por sua habitualidade, valor e forma, configurem artifício para burla da identificação da origem, do destino, dos responsáveis ou dos beneficiários finais”, destaca o inquérito.

O inquérito vasculha ainda as contas em nome do governador que apontam movimentação de valores superiores ao declarado por ele oficialmente.

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