Morre Paulo Gustavo, vítima da covid-19; o ator estava internado desde de 13 de março
Paulo Gustavo morreu nesta terça-feira (4), em função da covid-19. O ator tinha 42 anos e estava internado desde o dia 13 de março em um hospital no Rio de Janeiro (RJ), onde foi intubado no dia 21 do mesmo mês.
O boletim médico divulgado nesta terça disse que o ator estava com quadro irreversível, mas mantinha os sinais vitais. Às 21h12, no entanto, foi constatada a morte de Paulo Gustavo.
Paulo Gustavo teve piora no estado de saúde nesta segunda-feira (3), após uma breve melhora. “Ontem à tarde, após redução dos sedativos e do bloqueador neuromuscular, o paciente acordou e interagiu bem com a equipe profissional e com o seu marido”, informou o boletim médico divulgado ontem. “À noite, subitamente, houve piora acentuada do nível de consciência e dos sinais vitais, quando novos exames demonstraram ter havido embolia gasosa disseminada, incluindo o sistema nervoso central, em decorrência de uma fístula bronquíolo-venosa. Infelizmente, a situação clínica atual é instável e de extrema gravidade.”
Cerca de uma semana atrás, havia clima de otimismo: os boletins médicos informavam que o ator estava há uma semana “sem complicações relevantes”, o que deixava os médicos com esperanças de recuperação.
Ao longo do tratamento, a mãe de Paulo Gustavo, Dona Déa, e o marido do ator, o médico Thales Bretas, mantiveram os fãs atualizados por meio de posts nas redes sociais, e também pediram orações. Também nas redes sociais, diversos famosos se manifestaram, torcendo e orando pela melhora do artista – entre eles, Tatá Werneck, Fiorella Matheis, Mônica Martelli, Gregório Duvivier, Caetano Veloso, Angélica, Fábio Porchat e Regina Casé.
Paulo Gustavo, ator, humorista, diretor, roteirista e apresentador, ficou conhecido pelo monólogo Minha Mãe É uma Peça, que em 2013 virou longa-metragem e se tornou o filme mais assistido do Brasil. A produção ganhou duas continuações, em 2016 e 2019.
Histórico
Apesar de ter apresentado melhora no quadro clínico logo ao longo da primeira semana após a intubação, Paulo Gustavo piorou no dia 2 de abril, precisando passar por ajustes no tratamento: ele passou para a terapia por Oxigenação por Membrana Extracorpórea, conhecida como Ecmo. Em seguida, precisou receber transfusões de sangue.
No dia 11 de abril, domingo, a situação de Paulo Gustavo voltou a piorar. “A situação clínica do paciente é crítica e todos os profissionais têm se empenhado incessantemente pela sua recuperação”, informou o boletim médico publicado na ocasião. “As diversas complicações pulmonares já demandaram procedimentos invasivos como broncoscopias, pleuroscopias e colocação de dispositivos intrapulmonares. Às fístulas bronco-pleurais identificadas e tratadas somaram-se a complicações hemorrágicas, mas que vêm respondendo, de certa forma satisfatória, à reposição dos fatores da coagulação deficitários.”
Alguns dias depois, no dia 15 de abril, Paulo Gustavo teve uma leve melhora: “Finalmente conseguimos sanar as fístulas bronco-pleurais identificadas”, dizia o comunicado divulgado então. “Nas últimas 48 horas, também observamos a normalização da coagulação com o tratamento instituído e não mais detectamos sinais de hemorragias. A situação clínica do paciente, embora ainda crítica, traz à equipe profissional mais confiança em sua recuperação.” Mesmo assim, o boletim destacava: “Estamos cientes de que ainda temos um caminho pela frente”, segue o boletim. “O paciente permanece utilizando ventilação mecânica e ECMO.”
Em entrevista para Ingrid Guimarães, em maio do ano passado, Paulo Gustavo já falava do medo de contrair a covid-19. “Tenho problema respiratório. A medicina não sabe ainda como esse vírus reage dentro de cada pessoa” disse Paulo, que tem asma, na entrevista. Pai de Gael e Romeu, na época ainda com menos de um ano, o ator também revelou o medo da morte: “Eu tenho medo de pegar isso, a pessoa não saber o que usar em mim e eu morrer. Tenho medo!”