Governo entregou quase 3 milhões de comprimidos de cloroquina
SP recebeu quase 1 milhão de unidades. Laboratórios das Forças Armadas aceleraram fabricação do remédio a partir de março, por ordem do presidente
Desde que a cloroquina foi aventada como medicação auxiliar no tratamento da Covid-19, o governo brasileiro distribuiu o medicamento a praticamente todos os estados, sendo que dez deles receberam acima de 50 mil comprimidos, num total de 2.932.000 comprimidos. São Paulo, epicentro da doença no Brasil, recebeu até agora 986 mil comprimidos. Para o Ceará, segundo estado em número de infectados por coronavírus, foram enviados 302 mil unidades, e para o Rio de Janeiro, 224 mil.
A expectativa é que esta semana o Ministério da Saúde mude a orientação e passe a permitir o uso da Cloroquina também para paciente iniciais da Covid-19. O protocolo atual orienta a aplicação a pacientes em estado moderado ou grave da Covid-19, sob algumas condições. O Conselho Federal de Medicina faculta o uso do medicamento no início dos sintomas, desde que o médico informe o paciente que “não existe nenhum benefício provado dessa droga, explicando também os riscos que ela apresenta”, segundo o presidente do CFM, Mauro Ribeiro. Entre os principais efeitos colaterais da Cloroquina está a arritmia cardíaca.
Na última sexta, poucas horas depois da saída de Nelson Teich do comando da pasta, o Ministério da Saúde divulgou nota anunciando que “finaliza novas orientações” num documento que abrangerá o atendimento a casos leves da Covid-19 e prevê que serão “descritas as propostas de disponibilidade de medicamentos”. Justifica a medida como forma de “dar suporte aos profissionais de saúde do SUS” e garantir acesso “aos usuários mais vulneráveis às melhores práticas que estão sendo aplicadas no Brasil e no mundo”.
A determinação para que os laboratórios das Forças Armadas ampliassem a produção partiu do próprio presidente Jair Bolsonaro, em 23 de março. O laboratório do Exército detém o registro da Cloroquina. O reforço na fabricação permitiu a produção de até dois lotes por semana, alçando 500 mil comprimidos. Para isso foi preciso suspender ou adiar a fabricação de outros medicamentos que abastecem o SUS. Os 21 laboratórios oficiais fabricam 30% dos remédios adotados no sistema público de saúde.
Fonte R7.com