Utilidade Pública

Falta de saneamento mata 15 mil por ano no Brasil, diz OMS

Da redação

Cerca de 233 mil pessoas morrem todo ano no Brasil por exposição a fatores de risco ambiental, como poluição, água não tratada e grandes estruturas urbanas, revelou nesta quarta-feira a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Significa dizer que 19% de todas as mortes no país poderiam ser evitadas se fossem adotadas políticas públicas eficientes, de acordo com os dados do primeiro levantamento deste tipo feito pela entidade sediada em Genebra.

Falta de higiene, saneamento básico e poluição do ar matam 32 mil brasileiros por ano, indicaram os dados. A pesquisa levou em consideração as condições enfrentadas pelos brasileiros em seu dia-a-dia. Em um país em que 84% da população vive nas cidades, a poluição do ar mata 12,9 mil pessoas por ano.

Com 22% das pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza, a falta de água tratada e de redes de esgoto tiram a vida de 15 mil brasileiros por ano.

A OMS disse ainda que 4,1 mil mortes por ano poderiam ser evitadas se 13% dos lares brasileiros que hoje utilizam carvão ou madeira para cozinha substituíssem esses combustíveis por alternativas consideradas limpas, como gás encanado.

 

“Estas estimativas por país são um primeiro passo na direção de ajudar governantes em relação às prioridades para ação preventiva nas áreas de saúde e meio ambiente”, disse a diretora-geral assistente de Desenvolvimento Sustentável da OMS, Susanne Weber-Mosdorf.

Um quarto das doenças poderia ser evitada com medidas eficientes É importante quantificar o peso das doenças causadas por ambientes pouco saudáveis. Esta informação é chave para ajudar os países a escolher as intervenções apropriadas.

Susanne Weber-Mosdorf, diretora da OMS

“É importante quantificar o peso das doenças causadas por ambientes pouco saudáveis. Esta informação é chave para ajudar os países a escolher as intervenções apropriadas”, ela disse.

Situação mundial

No mundo, cerca de 13 milhões de mortes poderiam ser evitadas por medidas que tornem o meio-ambiente mais saudável, disse a OMS. A pesquisa analisou condições como poluição e saneamento, ambiente de trabalho, exposição ao barulho, métodos agrícolas e construções urbanas, mudanças ambientais causadas pela ação humana, entre outros fatores.

Fatores ambientais associados a processos naturais que não podem ser facilmente modificados, como o curso de rios ou o regime de chuvas, foram descartados na pesquisa. Diarréia, malária e infecções respiratórias estão entre as causas mais comuns das chamadas “mortes ambientais” no mundo. Mas, para os padrões mundiais, a situação brasileira não preocupa a OMS.

Uma das cientistas responsáveis pelo estudo, Annette Prouss-Üstün, explicou que no panorama global o Brasil é marcado pelos casos de asma e por doenças neuropsiquiátricas, como depressão, insônia e estresse em relação ao trabalho.

“Mas estresse no trabalho não quer dizer que a pessoa tem muitas tarefas. Pode significar que está desempregada, ou que não tem controle sobre suas próprias tarefas, ou que trabalha em um ambiente precário”, ela exemplificou.

“Já a insônia pode estar ligada à poluição sonora, e a outras doenças neuropsiquiátricas, à exposição a pesticidas.” De acordo com a OMS, 24% das doenças no mundo estão relacionadas ao ambiente onde as pessoas vivem.

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